Oficina 5

 O Projeto Transconecta Tem Desafiado O Polo De Birigui A Inovar Na 4ª Revolução Industrial

Com o tema “Sua empresa está preparada para a Indústria 4.0?”, a 5ª Oficina do Transconecta, que aconteceu na última quarta-feira, dia 8 de junho de 2022 às 19h, apresentou as transformações que a Quarta Revolução Industrial vem causando, visto que esse movimento engloba um amplo sistema de tecnologias avançadas que estão mudando as formas de produção, tão quanto os modelos de negócios no Brasil e no mundo.

Os consultores Paulo Kendzerski (presidente do ITD – Instituto de Transformação Digital) e Luiz Gustavo Rosa (administrador de empresas, graduado pela UNICA/ESAG, pós-graduado em Marketing e Marketing Digital pela FGV, com 15 anos de experiência no mercado de calçados e têxtil, nas áreas fabril, comercial e marketing) fizeram uma breve retrospectiva da história das Revoluções Industriais e seus impactos para o público entender a jornada até aos dias de hoje.

Com início em 1784, a Indústria 1.0 atuou na mecanização de tear e força à vapor. Em 1870, a Indústria 2.0 proporcionou a produção em escala com linha de montagem, uso de eletricidade e combustão. Na Indústria 3.0, em 1969, foi a vez da automação, robótica, computadores, internet e eletrônicos dominarem o mercado. Atualmente, a 4ª Revolução Industrial, conceitualmente, abrange várias tecnologias que se integram verticalmente na organização interna das empresas, do “chão de fábrica” ao administrativo, e horizontalmente na cadeia de conhecimento. Algumas dessas tecnologias são big data, digitalização, inteligência artificial (AI), internet das coisas, manufatura aditiva (impressão 3D), realidade aumentada, robótica, sensores inteligentes e simulações virtuais. Esse movimento tem permitido tornar fábricas tradicionais existentes em indústrias inteligentes.

Também foi desmistificado o que não é Indústria 4.0 pois muitos, por falta de conhecimento, acreditam ser simplesmente a aquisição de máquinas em massa, ou uso de softwares, ou ainda apenas uma das tecnologias citadas acima quando, na verdade, vai muito além disso ou do que implantar uma solução pronta. Para ficar claro, foram apresentados vários cases de sucesso como Zara, Nike, Havaianas, Timberland, Adidas, Renner, Snapchat, Bibi, Fimec e a parceria feita entre o Grupo Sazi e a Top Shoes num trabalho colaborativo, além das estratégias que têm sido adotadas por outros países como Alemanha, EUA, China, Japão e Portugal.

Com a implantação da Indústria 4.0, tem se percebido alguns benefícios como a redução de custos e manutenção entre 10% e 40%, redução de consumo de energia entre 10% e 20% e o aumento da eficiência de trabalho entre 10% e 25%. Esses são alguns dos impactos causados na educação e nos negócios mas, principalmente, nos empregos pois têm se eliminado algumas funções, aperfeiçoado outras e até mesmo criado novas competências e ocupações que não existiam.

Um dado apresentado, importantíssimo para o Polo de Birigui, foi que entre os setores que menos utilizam ao menos uma tecnologia digital se encontram os de couros e artefatos de couro com 45% em relação aos demais. Disse o consultor Luiz – “Há uma percepção comum de que é caro investir nessas tecnologias, o que, em certa medida, está relacionado à falta de conhecimento, à dificuldade de saber como e por onde começar. Por isso, não basta oferecer linhas de financiamento apropriadas, é necessário também levar o conhecimento sobre as tecnologias às empresas”.

A fim de dar um “norte” aos empresários sobre os passos a serem realizados, após a obtenção desse conhecimento, foi orientado certas ações como trabalhar Omnichannel com vendas multicanal, atuar com Fast Fashion atendendo as mudanças na demanda de clientes, realizar parceria entre indústria e varejo, otimizar processos simplificando procedimentos operacionais por departamento, consolidar/formalizar o setor, conhecer/acompanhar as necessidades do consumidor preocupado com a sustentabilidade, considerar a inovação tecnológica como um dos pilares culturais de inovação da empresa, estimular o desenvolvimento de inovações da equipe, estruturar uma área específica de inovação mas não limitar a inovação somente para esta área, formar parcerias para o desenvolvimento das inovações, utilizar das fontes de fomento do governo disponíveis para acelerar o desenvolvimento de projetos ou linhas de pesquisa da empresa, selecionar pessoas para Comitês de Inovação, separar um budget para inovação, buscar benchmarking em outras categorias de indústrias e definir prioridades.

Ao final da oficina, o Gestor Comercial da Fiveltec, Alex Sanchez, deu o seguinte depoimento: “Eu classifico o Projeto Transconecta como algo muito positivo pois, de maneira muito resumida, vem de encontro com uma necessidade latente do polo de Birigui e da indústria de forma geral porque as empresas estão acostumadas a um modelo de negócio que, por mais que elas dominem aquilo que praticam, têm utilizado as plataformas para vender e perdem rentabilidade ao não apostar em sua própria marca, não seguindo uma “carreira solo”, fazendo com que a marca alcance o público de forma direta, em vez de sempre pegar carona com as plataformas existentes. Como a Fiveltec não fabrica um produto final, por mais que tenha um apêlo de marca, contribuindo de modo que o produto do nosso cliente, que é indústria do calçado ou da confecção, tenha um maior valor percebido, a gente não tem hoje um formato de negócio direcionado ao consumidor final e estamos usando o Transconecta para viabilizar a prática do B2C. Está sendo um desafio para nós fazer com que nossos produtos cheguem lá na ponta diretamente, não estando sempre agregado a um produto que foi produzido pelo nosso cliente. Na palestra de hoje achei muito interessante a dica da possibilidade de fazermos um Colab entre indústria e varejo/artista pois a gente tem que se esforçar para criar uma forma de fazer com que o consumidor final tenha acesso ao nosso produto”.

Este projeto está sendo realizado pelo Sinbi (Sindicato das Indústrias do Calçado e Vestuário de Birigui), em parceria com o Governo do Estado de SP, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), com o apoio da Unisinbi.

Na mesma semana da Oficina aconteceu algumas das Consultorias Evolutivas presenciais e, até o final do mês de junho, serão realizadas mais Mentorias Online com o Consultor, de 1 hora por empresa participante, para alinhar pontos do plano de ação e sanar dúvidas dos empresários e de suas equipes. Ambas as etapas se encerrarão em julho com as últimas sessões.