Transconecta Visita Posthaus

TRANSCONECTA VISITA POSTHAUS – O MAIOR E-COMMERCE DE MODA DA AMÉRICA LATINA

Nos dias 16 e 17 de agosto, o Polo Calçadista de Birigui foi representado por 5 empresas, sendo as mesmas participantes do Projeto Transconecta, em uma Missão Empresarial na Posthaus, em Santa Catarina, uma grande empresa que é referência na transformação digital no ramo da moda, sendo organizado pelo ITD – Instituto de Transformação Digital.

A Missão foi na DBR, uma Joint Venture formada em 2012 pelo grupo Posthaus (brasileiro) com o grupo Otto (alemão) que tem um portal de e-commerce onde oferecem produtos de lojas parceiras, como um marketplace, e das próprias marcas do portfólio da Posthaus. A visita aconteceu na Loghaus, empresa responsável pela operação logística de todo o e-commerce, desde o momento de compra no portal, onde faz o faturamento, a gestão de pedido, a logística interna, até a entrega para o cliente. Também tiveram acesso a uma apresentação, feita pelo Sr. Christian e a Sra. Juliana da DBR,  onde apresentaram os resultados da empresa com números e informações dos modelos de negócios. 

As empresas tiveram a experiência de vivenciar  quão complexa é uma operação volumosa de um e-commerce desse porte.  Diferentemente da realidade de algumas empresas de nosso pólo onde, em função do volume, faz a sua própria operação, absorvendo inúmeras atividades. Nessa missão  conseguiram  constatar os números impressionantes que chegam a 140 mil SKUs, 5 milhões de itens entregues por mês e 4,5 Km de esteiras, funcionando três turnos por dia. 

Ou seja, quando a empresa começa a crescer, logo percebe que precisa ter uma gestão profissional do seu e-commerce. O consultor Paulo Kendzerski, que também participou disse: – “Para mim esse foi um ponto fundamental. Pudemos ver lá o que é uma empresa com gestão profissional de uma operação de e-commerce de todos os pontos, desde a chegada do pedido a entrega do produto na casa. Foi uma grande oportunidade ter uma visão de como uma empresa  de sucesso, com altíssimo volume de negócios faz. Vimos o dashoboard em tempo real, onde aparece o total de pedidos do dia, por cidade, por item do estoque, o percentual de vendas de cada marca do portal, etc. Ou seja, não se pode mais esperar o final do mês para se perceber que não foi atingida a meta de vendas. Essa informação é analisada diariamente. Se até o meio-dia, não se atingiu a meta daquele dia, a equipe do marketing/gestão tem que fazer algo até o fim do dia.”

O consultor ainda completou: – “Toda a missão viu coisas que não se aprende em sala de aula e nem em um MBA, pois vão sendo descobertas ao conhecer todo o seu processo operacional do e-commerce. Essas inovações diretas vão surgindo e são particularidades do negócio. Provavelmente não servem exatamente para outras empresas mas produzem insights. Um exemplo replicável são as cantoneiras criadas internamente por eles. São colocadas nas extremidades das caixas grandes com vários itens, para reforçá-las de forma que, quando a transportadora empilhar, as mesmas não deformam devido ao impacto e peso. Nosso anfitrião Sr. Marcelo, gerente operacional com mais de 20 anos de Posthaus, abordou em quase todas as suas falas a questão do cliente. Dizia que tudo o que fazem é para o produto chegar mais rápido no cliente, ou para ele ter a satisfação de que o produto que comprou chegue exatamente como foi pedido. Ou seja, o assunto que já trouxemos ao longo do Projeto Transconecta que é sobre o modelo organizacional das empresas que precisa mudar, deixar de ser vertical para ser horizontal e o cliente no centro. Tem que ser pensado em como resolver a necessidade do cliente, e não somente resolver o problema do setor tal, pois fazendo assim facilita o trabalho de um ou outro. A ideia é fazer com que todos da empresa pensem ‘eu vou fazer assim porque dessa forma o cliente vai ficar satisfeito. Resumindo os três pontos chave dessa missão. Primeiro, o sucesso de um grande e-commerce depende de uma gestão profissional por causa do volume e detalhes. Não é uma adaptação da indústria para atender o e-commerce. Um ecommerce de sucesso não faz adaptação, faz uma gestão profissional. Segundo, a importância da inovação do processo interno no dia a dia a partir do mapeamento do processo atual e como tem que ser. E terceiro, o cliente deve ficar no centro do negócio para tudo.”

Samir Nakad, da Sameka Modas, disse que – “A visita foi muito profícua pois a empresa tem um knowhow excelente. Eles são especiais na condução dos pedidos dos clientes, têm uma grande preocupação em fazer com que o pedido saia logo, perfeito e, ao mesmo tempo, a questão logística deles também é muito boa porque estão no interior de Santa Catarina e o principal mercado está em São Paulo ou a partir dele. O processo deles para enviar as mercadorias para serem entregues e chegar ao cliente o mais rápido possível,  é fantástico. Valeu a pena. Todas as ações que eles fazem, de alguma forma, faz com que o cliente volte a comprar. Eles enviam em cada caixa uma revista e um cupom de desconto. Mas também têm a preocupação de que haja equilíbrio entre atender bem o cliente e não ter prejuízo. Muito interessante. Achei bem interessante o sistema de embalar, a máquina de encher saquinhos com ar, para colocar dentro das caixas a fim de completar os espaços vazios. Todo o processo deles é bacana e nos leva a refletir sobre o nosso. Valeu a pena porque nós estreitamos um relacionamento que pode se tornar algo comercial por que eles querem expandir a questão da venda do calçado e isso pra gente é muito relevante. Enfim, visitar a empresa e sermos atendidos como nós fomos pelo sr. Marcelo e por toda a equipe dele, de forma tão amistosa mostrando detalhe por detalhe, nos acrescentou bastante, nos deu insights para que possamos aplicar nas nossas empresas para sermos mais competitivos, para controlar melhor o custo, visto que eles são daqueles que controlam a terceira casa decimal dos centavos e a gente percebeu uma expertise deles muito grande em satisfazer o cliente a ponto de atender os clientes por telefone, e de não deixar o cliente ficar esperando ou ser atendido por uma máquina, ele é atendido por gente. Além disso, a área de devolução deles é muito interessante. Eles filmam tudo a hora que chega, a hora que vai abrir a encomenda que voltou para que o cliente saiba que está sendo tomado cuidado e que está sendo verificado efetivamente aquilo que ele devolveu.

Mauricio Sanchez Laluce, da Pampili, declarou – “Essa missão foi uma oportunidade única pois conhecemos um pouco da história de uma empresa que, há muitos anos, vem em constante evolução, desde a época que era a Artex até a consolidação do grupo, reinventando o seu negócio e primando sempre pela experiência de seus consumidores e eficiência de suas operações. Pudemos ver operando o seu Centro de Distribuição e conhecer a maioria dos processos nas operações logísticas, o que nos permitiu reavaliar os nossos e repensar algumas possíveis adequações dentro da realidade de cada uma das nossas empresas. O que mais me marcou foi a importância que eles dão para pessoas, sejam elas seus colaboradores, cuidando da sua capacitação, dando condições de trabalho, estrutura adequada e, até mesmo, a forma do reconhecimento pelo seu desempenho individual; sejam seus clientes, primando pela experiência gerada através da eficiência de toda a operação envolvida, considerando a qualidade e a rapidez na entrega, como também de seus parceiros e fornecedores, considerando uma relação extremamente ética e na construção de seus resultados.”

Tamiris Nascimento, da Pampili, disse que – “A visita a Posthaus foi ótima! Uma empresa com mais de 30 anos e valores inspiradores. O foco principal é o cliente no centro e uma experiência rápida, simples e fácil. Entre os vários insights, um que quero destacar é a avaliação constante da performance e o ato de fazer aquilo que parece “simples” com o máximo de excelência, minimizando perdas. O cuidado com as pessoas que fazem parte da empresa e com os representantes que vendem por catálogo também é inspirador. Uma verdadeira demonstração de cuidado com detalhes.”

Já o Igor Pascoal Barbosa, da WorldColors, relatou que – “A empresa tem uma longa experiência com venda por catálogos impressos. Por estarmos vivendo nesta era digital, parece até ser uma ação um tanto retrógrada, mas esse canal de vendas é responsável por metade do faturamento do negócio. Como a empresa se reinventou, a outra metade do faturamento vem do e-commerce. Visitamos a área de operação e ficamos mais tempo no CD da Loghaus, que é o setor de operações logísticas. Notei ser uma empresa muito preocupada com o atendimento ao cliente, com a eficiência operacional e com a economia, então evitam ao máximo terem erros. Me chamou a atenção a questão de olharem para o passado, para os canais de atendimento que a empresa já tem, em paralelo aos canais novos e se preocuparem como podem melhorar, de modo a fazerem parte da vida do cliente, sendo um complemento no dia a dia. Ver isso foi importante pois não é uma revolução de “jogar o velho fora” mas de fazer uma atualização para então, estar preparado para o que precisa ser feito. Trocamos bastante experiência sobre análise de indicadores, que no caso deles são diários a fim de, ao perceberem qualquer erro, possam corrigir rapidamente, e falamos sobre sacadas operacionais que eles tiveram ao longo dos anos e que às vezes casam no nosso dia-a-dia das empresas de Birigui.”

Kesyane R. S. Pancioni, da Plugt, pontuou ter sido muito interessante a visita pois se alegrou, ao conhecer a parte fabril e de “rotina de pedidos”, por que a Plugt está no caminho certo por já acompanhar as métricas, de picking e packing, com foco em eliminar erros, além de observar que vários processos já realizam, ainda que pequenos em operação se comparada a gigante Posthaus. – “Eles têm a mesma pegada que nós: se tem um problema ou uma possibilidade de melhoria, testam de vários jeitos e implantam a melhor forma. Por exemplo, quando eles fazem a separação dos pedidos, cada caixa plástica é um pedido de cliente e, às vezes, não cabem todos os itens em apenas uma. Nestes casos, quando um pedido dá duas caixas, que também é o limite que eles adotaram para caber na caixa coletiva de papelão, eles usam esses grampos brancos ou vermelhos para unir as duas e, assim, a esteira leva junto ambas e os colaboradores entendem se tratar do mesmo pedido. A experiência que tivemos e a oportunidade de participar foram incríveis. Foi muito bom pra mim essa validação do que já implantamos e que estamos crescendo estruturados. É uma empresa grande, que está bem a frente do nosso pólo, sendo assim, conseguimos aprender muitas coisas novas e ter várias ideias interessantes. Algumas já são aplicáveis, enquanto outras só funcionarão um pouco mais à frente. Conseguimos conhecer algumas rotinas, validar processos, tirar inúmeras dúvidas e aprender muito!”

Além das empresas de Birigui, acompanharam a visita o Luiz Gustavo, o Giovani Machado e o Reginaldo, especialistas do ITD – Instituto de Transformação Digital.

Em agosto está sendo aplicada a 2ª edição do Diagnóstico de Maturidade Digital para medir o real avanço das empresas após trilhar essa jornada. A divulgação dos resultados será feita em um evento especial em 29 de setembro de 2022.

Este projeto está sendo realizado pelo Sinbi (Sindicato das Indústrias do Calçado e Vestuário de Birigui), em parceria com o Governo do Estado de SP, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), com o apoio da Unisinbi.